Pensemos o sentido da vida, se é que existe um sentido na vida. Pensar o sentido da vida é angustiante, pois racionalmente pode se concluir de que não exista um sentido para se viver. Como diria o filósofo Schopenhauer "viver é sofrer". Questionar o sentido da vida gera certa ansiedade, pois remete a morte. A morte relaciona a vida.
Heidegger estabelece
relações entre existência inautêntica e autêntica que seria do ser-para-a-morte
e que faz o ser tornar se livre para suas escolhas.
Poderíamos talvez
classificar três formas de observar a vida: racionalmente, religiosamente e
emocionalmente. Racionalmente seria o sentido da vida como um único objetivo:
de reprodução para manter a espécie. Do ponto de vista religioso, teríamos uma
determinada missão a cumprir e seriamos enviados a esta missão como um dever a
ser cumprido. Emocionalmente vivemos nossas vidas por outro que amamos e nos
doamos. O sofrimento maior não é não ter um sentido na vida, pois neste caso
solucionamos com uma busca ao sentido. O sofrimento maior é a angustia de saber
que caminhamos em direção a nossa morte. Que de fato a vida nos leva a morte,
inevitavelmente. Vivemos para morrer. Enfim, descobrir que o nascimento é o
ponto de partida para o destino morte é agonizante, angustiante, aterrorizante.
A consciência do sentido da vida e o fim da vida é um sofrimento, pois não o
dominamos e o desconhecemos. Logicamente, poderíamos pensar que hoje é um dia a
menos para minha morte. De fato, é. Faz-me sentir-me vivo, extremamente vivo!
Alias é uma sensação de conforto de alivio. A morte é o desconhecido, nada é
mais assustador que o desconhecido.
Pensar a vida e a morte num
plano existencial é limitar-se ao racional. Posso pensar a morte dos outros,
não a minha nem das pessoas que amo, mesmo racionalmente, gera uma ameaça.
Seria este, um momento de lucidez humana? No sentido de saber de que a morte me
pertence, acontecerá. Desejamos que fosse num futuro distante. Neste instante a
vida recebe todos os sentidos possíveis, nos tornamos racionais, religiosos,
emotivos e ainda se preciso, encontramos mais motivos para mantermos vivos,
longe da morte.
A verdade é que mesmo a
morte sendo a incógnita da vida e às vezes questionando o sentido da vida, o
pensar a morte já se torna a morte da minha "inocência". De um dia
ter acreditado que eu não iria morrer.
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