Olá pensadores , tudo bem com vocês? Espero que sim! Mais uma
vez nos encontramos aqui para refletir coisas do nosso dia a dia, e hoje
daremos sequência ao penúltimo texto da série eleições e política. Hoje quero
tratar de uma linha de pensamento político que cada vez mais vem ganhando
espaço no cenário atual: O ANARQUISMO.
Em pleno século XXI há um ressurgir do anarquismo (não do
anarquismo clássico). Valores libertários inspiram a primavera Árabe tão falada
nas aulas de Teologia pastoral, os movimentos dos indignados e as ocupações de
espaços públicos e privados. As críticas se voltam basicamente contra dois
alvos: por um lado, a globalização neoliberal, a ganância e insensibilidade das
grandes corporações diante da fome e da miséria de milhões de pessoas. Por
outro lado , mas completamente, os manifestantes, jovens em sua considerável
maioria, criticam e rejeitam sistemas políticos partidários e instituições
ineficientes, insensíveis às necessidades e demandas populares e muitas vezes
repressoras e corruptas. Eles direcionam essa luta na ação direta nas ruas e
praças públicas, não para o campo da política institucional. Um dos cartazes
presentes da política institucional. Um dos cartazes presentes nas recentes
manifestações do "quente inverno brasileiro" de 2013 que muitos
gritavam : "os partidos não me representa", talvez sintetize o
tremendo desgaste do sistema político institucional brasileiro e signifique uma
reafirmação dos valores essenciais do anarquismo: Igualdade, Fraternidade e
solidariedade.
Para entender melhor os dias de hoje, retomamos a história do
anarquismo. De acordo com Mikhain Bakunin, um dos mais importantes da história
do anarquismo, "socialismo sem liberdade é tirania e opressão; liberdade
sem socialismo é privilégio e injustiça".
Essa frase resume o essencial da teoria e da tradição
anarquistas, a crítica radical tanto ao capitalismo quanto ao socialismo
autoritário, é a luta permanente pela construção do socialismo sem abrir mão da
liberdade, ao contrário, enfatizando a dimensão da autonomia individual. Daí os
anarquistas sempre terão caracterizado e continuam hoje a se designar como
socialistas libertários.
Embora a luta pela liberdade remeta aos primórdios da
história humana, o anarquismo, enquanto movimento social e político, começa a
se construir a partir dos meados do século XIX,
através de um conjunto de ideias e ações de livros, periódicos e outras
publicações que denunciam as mazelas sociais de correntes do capitalismo e já
esboçam propostas no sentido da construção de uma sociedade alternativa, a
partir de valores do iluminismo e da revolução francesa: Liberdade, igualdade,
fraternidade, solidariedade.
Londres, então a maior metrópole capitalista, esfumaçada e
populosa, foi descrita pelo poeta inglês Shelley como semelhante ao inferno.
Com efeito, a vida do proletariado urbano vinha se formando com a revolução
industrial era duríssima: longas jornadas, salários ínfimos, condições de
trabalho estafantes e insalubres . Ao longo da primeira metade do século XIX, a
indústria e as cidades foram também crescendo e se consolidando em outros
países e regiões da Europa.
Acompanhando a formação e evolução do capitalismo industrial,
vai se evidenciando e gravando a "questão social". A penúria da nova
classe operária, constituída de indivíduos expropriados da possibilidade de
produzir de forma autônoma sua subsistência, precisando então se assalariar
para sobreviver. "O
proletário", etimologicamente, é aquele cuja a única riqueza é a sua
prole. A propósito, anarquia significa ausência de governo, mas não de ordem ou
de organização.
É a partir desse quadro que os trabalhadores urbanos começam
se organizar, a construir uma identidade e uma consciência de classe.
Nesse processo, serão inspirados basicamente por duas vertentes:
o anarquismo e o marxismo.
À medida que se organizam, os operários vão criando
associações de classe, sindicatos, fundando e mantendo jornais, revistas
escolas e bibliotecas, grupos de teatro, , vão em suma, construindo uma cultura
de classe, uma cultura operária. Na sua luta cotidiana por melhores condições
de vida e trabalho, uma reivindicação estratégica surge na Inglaterra, e se
internacionaliza: A luta dos "três oitos": Oito Horas de trabalho,
oito horas descanso e oito horas de lazer. A origem do dia primeiro de Maio
como dia internacional do trabalho está vinculada a uma greve operária em
Chicago,nos E.U.A, em 1886, cuja principal reivindicação era a jornada de oito
horas. A repressão será feroz e seis militantes anarquistas presos, julgados e
executados, vindo tornar os "mártires de Chicago".
Vejo na atualidade, aqui no Brasil o discurso anarquista se
partidarizando, isso você vê em dois partidos o PSTU( Partido Socialista do
Trabalhador Urbano) Cujo a proposta é de ter operários no poder. E o PCO, que teve sua candidatura vetada por falta de
declaração de gastos.
( Sousa, Adriano Soares de )
Referência bibliográfica : Carta na escola, Revista Carta Capital
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