Olá pensadores! Tudo bem com
vocês? Espero que sim! Comigo está tudo bem graças ao bom Deus. Bem, tirando
das angústias do dia a dia, e para nós brasileiros que estamos vivendo dias
decisivos a angústia vai se tornando parte de nós. E teve um filósofo
contemporâneo que citou isso em sua obra, e será dele que falaremos nessas
próximas semanas, Jean Paul Sartre e seu existencialismo. Para não fica extenso
o texto iremos falar em partes e hoje citarei o que Sartre pensa sobre a angústia e a responsabilidade, mas antes
vamos conhecer um pouco nosso autor.
Jean Paul Sartre nasceu em
1905 em Paris e já teve o primeiro golpe da vida ainda recém - nascido, pois
perdeu seu pai poucos dias depois de ter nascido, mas, isso não foi motivo para
retê-lo.
Filósofo, romancista,
dramaturgo, Sartre é o principal expoente das correntes fenomenológicas, e
existencialistas francesas. Da psicologia fenomenológica à ontologia
existencial, e desta ao ponto de vista antropológico e histórico da Crítica da
razão dialética, seu pensamento não parou de progredir. Mas o que confere a
unidade da sua obra, ao mesmo tempo tão rica , variada e em perpétua evolução,
é o enfoque do homem como infinita liberdade que procura seu caminho na opacidade,
na ambiguidade própria a tudo o que é factício. Sua filosofia a desempenhar um
papel de primeiro plano nos grandes debates políticos, filosóficos e literários
da sua época.
Para iniciar é necessário
saber que o projeto existencial refletido por Sartre não implica a
subjetividade no sentido tradicional, que é a escolha do sujeito individual por
si próprio, pois, nem mesmo se pode dizer que o "eu" seja essência
predefinida do homem. O homem tem uma dimensão subjetiva que é a própria
projeção de si e pode ter plena e autêntica consciência disso.
Assim, podemos chamar de
subjetividade a consciência de ser consciência. Mas,segundo Sartre, é preciso
que essa consciência de ser consciência se qualifique de algum modo; e ela só
pode qualificar-se como intuição reveladora, que leve o homem pressupor o
efeito de suas escolhas, caso contrário nada será.
Sabendo disso, deve-se tomar
ciência de que o homem, não sendo responsável apenas pela individualidade em
seu projeto existencial, ao escolher-se escolhe todos os homens, o que, segundo
Sartre, o leva a deparar-se com angústia, desamparo e desespero. De acordo com
Sartre, o homem que é responsável por
alguma coisa não pode se esquivar da angústia, sendo que ela não impede o homem
de agir. A angústia constitui a condição da ação, pois pressupõe que o homem
encare a multiplicidade dos possíveis e que, ao escolher um caminho, ele se dê
conta de que não tem nenhum valor a não ser o de ter sido escolhido. O homem
que tenta escapar de sua responsabilidade, dissimulando-a por si e por toda a
humanidade, consegue disfarça a angústia, mas o próprio ato de mentir implica
uma escolha e exemplifica uma atitude de má-fé. Ao atribuir a responsabilidade
a outro, estamos escolhendo a mentira não só para nossa própria existência como
para todos os homens, visto que influenciamos e somo influenciados. Ou seja, o
ato de o homem tentar delegar sua responsabilidade a outro, não assumindo a
responsabilidade do seu ser , é uma atitude de má-fé.
O desamparo que Sartre
apresenta diz a respeito ao fato da inexistência de Deus. Abandonado, mas não
no sentido de permanecer desamparado e passivo em um universo hostil, mas no
sentido de que me acho sozinho e sem ajuda, comprometido em um mundo pelo qual
sou completamente responsável. Dostoiévski
escreveu: Se Deus não existisse,
tudo seria permitido". Eis o ponto de partida do existencialismo. De fato,
tudo é permitido se Deus não existe, e, por conseguinte, o homem está
desamparado porque não encontra desculpas. Com efeito, se a existência precede
a essência, nada poderá jamais ser explicado por referência a uma natureza
humana dada e definitiva; ou seja, não existe determinismo, o homem é livre, o
homem é liberdade.
A ideia de que a existência
precede a essência permite outros desdobramentos. Como vimos, o homem não pode
responsabilizar natureza alguma pela sua existência. Não há nada que valide seu
comportamento, não há nada que o determine. O homem faz a si próprio, é livre,
ou seja, tem total liberdade para escolher o que se tornar, é responsável por
sua paixão. Assim, não há nada que justifique seus atos. O homem está
desamparado, condenado à sua própria escolha. ( continua)
(Sousa, Adriano Soares de )
Referência bibliográficas:
História da filosofia, Giovan ni Reale. O Existencialismo é um humanismo,
Jean-Paul Sartre.
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